segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

“Tempo de Ficar”

Comportamento - Vera Vettorazi




Este comportamento foi se generalizando sem que déssemos conta, e em dado momento, achamos estranho ele estar estabelecido como se sempre tivesse existido entre seus “praticantes”, como uma forma de conhecimento mútuo.




Não nos aventuramos em esclarecer isso junto aos jovens em profundidade, pois eles também não darão explicações muito consistentes para o seu comportamento. É como se dissessem: é assim, e pronto.
O fato é que se tornam cada vez mais raros os namoros que acontecem sem serem precedidos de um período em que o casal se encontra e “fica” algumas vezes. Quer se goste ou não, podemos dizer que o “ficar” veio para ficar.
Os que não pertencem à geração de “ficantes” se sentem à margem de todo o processo e não entendem bem que novidade é essa.


Uma possibilidade de entendimento é que parece existir a crença de que, nas relações com esse caráter provisório, o jovem se protege do sofrimento pela perda da pessoa amada. Não existindo vínculo, não existe dor quando se perde.