Lembranças de Natal
Houve um tempo em que as árvores de Natal eram armadas durante anos a fio com os mesmos enfeites, e o presépio sempre tinha lugar de destaque na decoração. Durante a minha infância montávamos sempre a mesma árvore com bolas de vidro e o presépio de pecinhas de gesso pintado.
O presépio era sempre deixado para o final. Era o ápice da farra! Mas o fato é que ele era sempre montado com a mesma história sendo contada.
Começávamos amassando bem o papel com estampa de pedra, que servia de base para a cenografia. Na seqüência, eram colocados os animaizinhos: bois, vacas, burrinhos e carneirinhos de tamanhos variados. Por último vinham os principais integrantes da cena: Jesus bebê, Maria e José. Tudo numa manjedoura improvisada com mais papel amassado. Eu achava aquilo lindo, tão cheio de simbolismos e cuidados, tão simples e tão complicado ao mesmo tempo. Morríamos de medo de posicionar um bichinho em lugar errado no cenário!
Tinha também o sorteio que quem iria colocar o menino Jesus no bercinho no dia 25 de dezembro!
A cada ano detalhes extras eram adicionados ao presépio: um pouco mais de folhagens no chão, um galhinho extra no bercinho de Jesus... Mas a história era sempre contada no mesmo tom didático, para a gente nunca esquecer que era aquela a principal lembrança que deveria ficar do Natal. E ficou.
Hoje com tantas opções de produtos natalinos à nossa escolha, a concorrência é tanta que não é de se estranhar que o antes muito badalado presépio natalino tenha sido tão ofuscado com o passar do tempo.
Ficaram as lembranças... Tento fazer com que meus filhos daqui alguns anos, também as tenham.
E será que terão?
O presépio eu continuo montando...
